Durante muito tempo a indústria criou e vendeu produtos com objetivo de dar sensação de prazer e reter o cliente (viciar), sem pensar nos efeitos colaterais. Entretanto, com os avanços científicos, a cada dia esta discussão vem a tona e passam a ser alertados para a sociedade.
Um destes artifícios utilizados pela indústria manter suas vendas são o sal e o açúcar em excesso. Por esta razão a OMS incluiu o açúcar na lista de drogas para nossa saúde.
Em 1978, foi estabelecida pela ANVISA, a definição de açúcar como sendo a sacarose obtida da cana (Saccoharum officinarum) ou da beterraba (Beta vulgaris L.) e, com menos frequência, de outros vegetais, por meio de processos industriais.
O açúcar é muito utilizado para adoçar inúmeras receitas como doces, chás, cafés, bolos e sucos, por exemplo, sendo o refinado ou branco, o mais usado pela nossa população.
Todos os tipos de açúcar possuem alto teor de calorias, podendo aumentar o nível de glicose no sangue, devendo ser utilizado com moderação. Gosto, cor e composição nutricional, também diferem.
O açúcar natural é encontrado em alimentos como frutas e caldo de cana. O açúcar “não natural” como o refinado, são aqueles adicionados aos alimentos durante o processo ou preparação, tais como o açúcar branco e outros adoçantes calóricos quimicamente fabricados que passam por processo de refinação. Esses açúcares adicionados, entretanto, são vilões para a saúde.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), doenças crônicas não transmissíveis como câncer, diabetes e doenças do coração, são responsáveis por 35 milhões de mortes ao ano. E novas patologias vem surgindo decorrentes de maus hábitos alimentares, onde além de drogas como cigarro e álcool, está incluído o açúcar.
Ao ingerir açúcar, o corpo libera dopamina, um dos neurotransmissores que inicia a SENSAÇÃO de gostar e querer mais. Inicialmente trazendo energia, além de aumentar a glicose na corrente sanguínea num curto espaço de tempo. Ao passar a sensação de energia, pode haver maior lentidão, causando efeito contrário, podendo gerar impactos na saúde mental e até mesmo depressão. Isso tudo pela desregulação dos neurotransmissores e oscilação no sangue. Então o que acontece? Nosso corpo com objetivo de buscar este equilíbrio e a sensação de prazer, ensina ou vicia nosso cérebro que precisamos de açúcar para ter esta SENSAÇÃO.
O excesso de açúcar é armazenado como gordura, já que o fígado só consegue metabolizar o açúcar até certo ponto, levando então, esse excesso, ao aumento do risco de obesidade, diabetes tipo II e doenças cardiovasculares. Também pode causar um envelhecimento mais rápido na pele, impedindo a ação do colágeno, produzindo mais oleosidade e inflamação dessa pele, levando ao surgimento de acne.
O consumo em excesso na infância, pode gerar consequências na vida adulta, segundo estudos da Universidade da Geórgia, que mostrou que o consumo diário de bebidas adoçadas durante a adolescência, prejudica o desempenho de tarefas de aprendizagem e memória na fase adulta.
Outras doenças podem surgir com o excesso de açúcar, são elas:
- Aumento da pressão arterial;
- Aumento dos níveis de ácido úrico (gota e/ou síndrome metabólica);
- Doenças hepáticas gordurosa não hepática, entre outras.
De acordo com a com a American Heart Association (AHA), a quantidade máxima de açúcares adicionados por dia na alimentação é de:
- MULHERES: 100 calorias por dia (25g ou 6 colheres de chá);
- HOMENS: 150 calorias por dia (37,5g ou 9 colheres de chá).
TIPOS DE AÇÚCAR
Conheça os diversos formas que o açúcar é comercializado.
- REFINADO OU BRANCO: É o mais comum de se encontrar. Passa por um processo de refinamento perdendo grande parte de suas vitaminas e minerais.
- CRISTAL: Grãos maiores e mais transparentes, sendo mais difícil de dissolvê-los. A técnica de refinamento usada é leve, mesmo assim perde 90% das vitaminas e minerais. Rende mais e é mais econômico.
- ORGÂNICO: É mais escuro, mais grosso e mais caro. Não são usados ingredientes artificiais ou agrotóxicos nesse tipo de açúcar, desde o plantio até a industrialização.
- DE CONFEITEIRO: Usado para decorar bolos e tortas , possui grãos mais finos, já que passa no processo de refinamento por uma peneira. Recebendo pequena quantidade de amido de arroz, milho ou fosfato de cálcio, para que os grãos não grudem dentro do pacote.
- MASCAVO: De cor caramelo, é mais úmido e lembra rapadura. Passa por cozimento e cristalização do caldo da cana de açúcar, conservando nutrientes como ferro e cálcio, por não passar pelo processo de refinamento. Tem um leve sabor residual. Mais RECOMENDÁVEL para a saúde.
- DEMERARA: Passa por um processo parecido com o do mascavo, porém, por um refinamento leve, sem receber nenhum aditivo químico. É um dos mais caros.
- LIGHT: Combinação de açúcar refinado com adoçantes artificiais, como o aspartame. Adoça até 4 vezes mais que o comum, por isso, é preciso tomar cuidado ao usá-lo.
Existem outros tipos de açúcar mais comuns na indústria ou específicos para alguma receita. São eles:
- VANILLE (SABOR DE BAUNILHA);
- XAROPE INVERTIDO (GLICOSE, FRUTOSE E SACAROSE);
- AÇÚCAR LÍQUIDO OU XAROPE SIMPLES: fabricação de balas e refrigerantes;
É muito importante tomar cuidado com os excessos! A população brasileira consome 3,4 vezes mais a quantidade recomendada. O que tem levado ao aumento dos casos de obesidade, diabetes, hipertensão e síndrome metabólica, todos decorrentes de processos inflamatórios no corpo.
A redução do açúcar no cardápio diário é essencial na prevenção e manutenção da saúde, não é preciso retirá-lo. Para os diabéticos , seu consumo não deverá acontecer, sendo o uso de adoçantes o ideal, para isso consulte o médico ou nutricionista que indicará o mais adequado as necessidades de cada um.
TIPOS DE ADOÇANTES
A indústria preocupada com o problema da obesidade e da diabetes ( e com os negócios) criou os adoçantes Também chamados de edulcorantes, são substâncias de baixo ou nenhum valor energético que substituem o açúcar em várias preparações.
São alternativas ao açúcar, com menos calorias, podendo ser viciantes, por isso é preciso atenção ao consumo e não exagerar.
ADOÇANTES NATURAIS:
- ERITRITOL: Conhecido como álcool de açúcar, é 30% menos doce que o açúcar, com quase nenhuma caloria e é encontrado em alguns tipos de plantas e frutas (melão e uva), mas também é produzido por processos químicos (pó ou granulado). Não altera os níveis de açúcar (glicose) no sangue, tornando mais seguro em pessoas diabéticas.
- XILITOL: Sua versão comercializada é produzida pela indústria por meio de processos químicos. Pode adoçar qualquer alimento ou bebida, também encontrado em chicletes, chocolates, cremes dentais e enxaguantes bucais. Sabor doce e mentolado, resiste a altas temperaturas e não possuí sódio.
- ESTÉVIA OU STÉVIA: Extraído da planta com o mesmo nome, não possuí calorias e é extremamente doce.
ADOÇANTES ARTIFICIAIS:
São os mais conhecidos dos consumidores.
- ASPARTAME: É um adoçante artificial que tem o poder de adoçar os alimentos em até 200 vezes, tendo sido muito utilizado pela indústria para adoçar produtos como chicletes, refrigerante diet e bolos, por exemplo. Muito usados por diabéticos e em dietas de emagrecimento.
- SACARINA SÓDICA: É um dos mais antigos. Substâncias resistentes à altas temperaturas utilizada para adoçar alimentos, bebidas e medicamentos. Possuí sódio e deve ser evitada por hipertensos. Retrogosto amargo.
- SUCRALOSE: É considerada um adoçante artificial, mesmo sendo encontrada na cana-de-açúcar, por ser modificada artificialmente para não ser absorvida pelo corpo. Gosto semelhante ao do açúcar.
- CICLAMATO DE SÓDIO: Utilizado como adoçante artificial pela indústria alimentícia e farmacêutica. Não recomendado para hipertensos.
É importante ficar atento aos rótulos e não exagerar nas doses doces diárias do açúcar ou do adoçante. É preciso entender como esses produtos agem no nosso organismo.
Manter o equilíbrio, seguir uma rotina saudável, com alimentação adequada e balanceada, assim como também a prática de exercício físico e acompanhamento de um profissional de saúde, é o melhor caminho para prevenir doenças e manter-se saudável.
Fonte: https://hospitalsiriolibanes.org.br
https://semprebem.paguemenos.com.br